terça-feira, 24 de junho de 2014

Reciprocidade

Uma desta manhãs, os pequenos fecharam-se no quarto, ninguém podia entrar, e ... escreveram-nos uma Carta, pela mão da pimpolha mais velha, e presentearam-nos com brinquedos deles embrulhados :) ... e assim gastaram investiram um bloco de cartolinas e meio rolo de fita cola ;)

(aí os erros...!)
Right back at you my sweet children! 
Espero que nos "portemos mal" muito menos vezes que vocês mas acontece ... faz parte!

Jantar de turma

Chega o convite... via mail

"Olá professora! Como está? 

Mais um ano se passou, e ainda estamos em fase de exames, o ultimo é segunda-feira! 

Como sabe, a maior parte de nos acaba agora o 12º e irá para a faculdade, por isso vamos fazer um jantar de turma para nos despedirmos. Alguns professores também irão ser convidados, e apesar de já não estar lá na escola, não nos esquecemos de si e gostávamos que fosse!
Sei que tem os seus filhotes, e que provavelmente será complicado, mas temos saudades suas e aposto que também tem saudades das parvoíces do 11ºF :) pense nisso!"

Dia e hora difícil, esposo em viagem de trabalho, jantares e malta pequena para deitar e eis que Tio das Américas, o fofo, oferece-se para segurar o barco ... Thanks Bro, não é tarefa fácil :)!
As mesmas carinhas larocas, alegres, crescidos e conversadores, é o que me ocorre no 1º olhar, ao longe ... Recebida com um abraço apertado e um "Olha a minha professora preferida!" de alguém que foi meu aluno durante 3 anos. "AHAHAHAH, pense melhor!" digo eu. "Ai Stôra, tinha mesmo saudades suas e das suas observações! OK, uma das minhas professoras favoritas e, de certeza, a que mais vezes me colocou na rua!". Risota geral ... 
As aventuras de 1 ano: os namoros, o baile de finalistas,as fotografias, a faculdade, os cursos, as ambições, as tricas, os episódios memoráveis das aulas ...o reacender de uma série de afinidades e partilhas conquistadas ao longo de 2 anos de trabalho em conjunto. É tão gratificante vê-los aplicar algumas das "máximas" que tentámos transmitir, que vão muito para além da matéria, o carinho e perceber que de alguma forma "marcámos" e os ajudámos a crescer! Perceber que num contexto em que não à avaliações envolvidas, a dinâmica se mantém ... e que dinâmica :)
É por estes pequenos momentos/recompensas que é tão bom ser professor ... pelo que resiste/fica depois das aulas acabarem :) 

"Ganda" chalaça ...apanhados na própria "rede"

Extrato do parecer da Sociedade Portuguesa de Matemática sobre o exame de matemática de 9ºano.

Afirmar que todos os alunos nível 4 deviam resolver corretamente 100% do exame parece-me um pouco hummm ... estranho, arrogante, pouco humilde, de quem não conhece nem trabalha com miúdos. E é nestas alturas que as palavras se voltam contra nós ...Na proposta de resolução do exame da SPM, na questão 4.2. cometem um erro de transcrição do valor (trocam um 4 por um 3) e os erros de transcrição tem uma penalização, segundo os critérios de correção, é mínima mas aplica-se, logo a SPM na sua proposta de resolução não tinha 100%.  SPM aluno nível 3???
Erros todos cometemos, mesmos os melhores, elevar a fasquia ao máximo nos pareceres que emitem, às vezes dá nisto ... BUSTED!
Proposta do IAVE - sem erros
Proposta SPM e o erro de transcrição

No meu entender, um exame equilibrado, bem conseguido, sem perguntas muito difíceis nem muito fáceis. Faltava talvez uma questão com um grau de dificuldade elevado para fazer a diferenciação...digo eu! Gostei do exame ... e os meus alunos também. Comentário deles à saída "Stôra, os seus testes eram bem mais difíceis"  :)! Mas, por vezes, é nos teste fáceis onde mais erros dão e pelas observações que fui ouvindo dos meus alunos, esperam-se os erros típicos e os erros de distrações.


Exame Matemática 9º ano - caderno 1 e caderno 2

domingo, 22 de junho de 2014

Pinhal das Artes: programa

Aqui e aqui mais pormenorizado! Quase a chegar... :)

A comer coisas estranhas ...

"Queres provar?" pergunta o pai ao pequeno do meio. "Hummm... que é isso?" torce o nariz e diz "Estão a comer cérebro?". Era mesmo miolo de camarão ...Recusou-se a provar ...It figures!

Fairy tail ... desenhado!

Powered by pequeno do meio
(a princesa, o dragão, o monstro do lago, o castelo, os guardas... um verdadeiro mix)
PSSSSST - reparar, se faz favor, nos dois cavaleiros uma para a dupla princesa/dragão e outro para o monstro do lago. Eu não reparei mas há gente a jogar com muita atenção. Obrigada Hugo ... por veres, leres e teres feito o reparo!




(crocodilo no fosso)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Exames

Professores de matemática defendem fim dos exames nacionais - Tretas, alguns professores defendem ...mais uma entre tantas que se ouvem sempre que começa a época de exames!

Não percebo esta polémica acerca dos exames "Que não avaliam o que os alunos sabem", "transforma as escolas em centro de treino", "a escola a formatar crianças",  "porque conta muito para a nota", "as crianças ficam nervosas..." e sei lá que mais ouvi e li desde meados de maio quando começaram os exames (4º e 6º ano).
O exame conta muito? Nem muito nem pouco, tem um peso de 30% na nota final da disciplina. Se os exames avaliam tudo? Com certeza que não e é por isso que têm um peso apenas de 30%. Se deixa as crianças nervosas? Há crianças à beira de um ataque de nervos sempre que realizam um teste de qualquer disciplina durante o ano letivo. No ensino básico, o exame deve ser encarado como qualquer outro teste, por pais, professores e alunos, só tem implicações na nota de frequência se o aluno tiver um desempenho muito díspare do atribuído pelo professor (exemplo: nível atribuída pelo professor for 3 e o aluno tiver nível 1 no exame, é-lhe atribuído o nível final de 2). A ansiedade nos alunos mais pequenos é muitas vezes provocada pela ansiedade, e às vezes uma exigência extremosa, dos próprios pais e alguns professores. Os exames de Matemática, os que tenho capacidade para avaliar, procuram averiguar se o aluno compreendeu e sabe aplicar um conjunto de conhecimentos considerados essenciais e importantes da disciplina. "Escolas centros de treino?", se assim fosse, deveríamos ter resultados excelentes nos exames, o que não acontece... Se resolvo exercícios de exame com os meus alunos? Sim, imensos, como resolvo os do livro, porque os exercícios são todos diferentes e a dificuldade é sempre a mesma, interpretar o que é para fazer em tudo o que não é mecânico e aqui reside o busílis da questão e o mais difícil de ensinar ... aprender a pensar e a analisar com espírito crítico, sem receitas! Os exercícios de exame, na minha opinião, são sempre interessantes e essa é a principal razão para eles estarem, frequentemente, presentes nas minhas aulas. O rigor matemático e a exigência nas aulas deve ser semelhante ao do exame, não é nada do outro mundo, mas dá trabalho e os resultados não aparecem de um dia para o outro, vão-se construindo, também dá chatices, porque é preciso justificar os resultados que não são os almejados mas dá frutos ...
Mais importante que os resultados nos testes ou exames é ... APRENDER, saber pensar e isto parece ser cada vez mais secundário :( Um teste/exame correr mal, acontece a todos ... 
No secundário, o caso é um pouco diferente, a ansiedade e o nervosismo são normais, o grau de dificuldade e complexidade é maior, a classificação do exame, condiciona o percurso futuro do aluno. 
Somos avaliados toda a nossa vida, for the record ou off the record, e aprendemos a gerir este processo ... 

Novo verbo

"Desengordar" by pimpolha mais velha, muito alusivo à epoca!

Resumo

O que tenho sentido, frequentemente, na minha escola durante estas 2 últimas semanas
Irrita-me, solenemente, a frase típica "Vais aprender que mais vale estar calada, não adiante argumentar nem refilar, não muda nada e às vezes só trás chatices!". Recuso-me  ... espero que sempre e com orgulho, afinal ainda não perdi, ao contrário de muitos, o poder de argumentar! Recuso-me a seguir o rebanho porque é o caminho mais fácil ou por não ter obstáculos ... cambada de ovelhas BÉEEEEEEE, caindo num buraco cada vez mais fundo onde quase já não se vê a luz!  

quarta-feira, 18 de junho de 2014

"No limite" ... :)

Estranho, televisão ligada às 22h30, hummmm, ok... acabou de dar o jogo Brasil - México.  Esposo, saltando de canal em canal, na iminência de desligar, pára na RTP2, ou na dois ou sei lá como lhe chamam, estava a passar o genérico da série "No limite" despertou-nos de imediato a atenção e...que surpresa agradável:  muitos miúdos em auto gestão, pai alcoólatra, espírito e tonteira ... não resistimos a ver o episódio todo e fiquei com vontade de ver mais... o que não me acontecia há mais de 3 anos, por não ver televisão, certamente!
A paz, o silêncio, a conversa e o descanso de um serão sem televisão não têm preço, é norma da casa, e parece-me que assim continuará, confunde-me o ruído, a imagem, a luminosidade e o "espaço", não o físico, que ocupa a televisão... cada maluco tem as suas manias!


Parece que também dá na Fox

4 - 0

Dança jazz, animada, divertida, ritmo, coordenação, pimpolha mais velha orgulhosa da sua prestação, na música do "Grease", manos e pais também. Pimpolha mais pequena na plateia a imitar os passos de dança de quem estava em palco a dançar, um mimo, o máximo, tem futuro a moça! Pequeno do meio, sai ao pai, nada de dança, mas apreciou o ritmo e a coreografia, sem perder pitada.
Pais e mães, com espírito e boa disposição, foram ao palco dançar uma música com as filhas :)
4 para a dança jazz - 0 para o ballet em termos de animação, resposta do público e efeito visual, foi o resultado apontado pela malta da casa no desempenho na festa da dança. 
Festa da dança à mesma hora que o jogo de Portugal e divertimo-nos à brava com o nosso 4 - 0, já o outro ...









Cavalos a saltar e os meninos a correr ...






 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

WHAT?

"Vocês alguma vez estão a pensar divorciar-se?" pergunta à hora de jantar a pimpolha mais velha vindo do nada. Face ao nosso ar estupefacto acrescenta atrapalhada "Eu não quero isso ...". "Porque estás a perguntar isso?" perguntámos. "Tenho amigos que os pais estão divorciados!" diz a pimpolha. Deve ter ficado descansada com o nosso ar de espanto pois não lhe respondemos e ela não acrescentou mais nada ... 

Uma última aula diferente ...

Para terminar deixo-vos um desafio: "Vão escrever, sem se identificarem, a questão que gostariam de me ter colocado e nunca tiveram coragem e/ou oportunidade para o fazer". Plateia de olhares espantados fixos em mim e, logo a seguir ,com um sorriso maroto, alguém pergunta "Podemos perguntar o que quisermos?". "Sim, vamos a isto!". E de repente, apercebi-me que naquele momento, mais do que em qualquer outro ao longo das 190 aulas que partilhei com aquelas 30 criaturas, a atenção de todos eles, em simultaneo, estava centrada em mim, e, não só como sua professora, pensei ... MEDO!
Curiosamente, muitas das suas perguntas eram sobre a minha impressão sobre eles ... aí a necessidade de aprovação e carinho que esta malta jovem tem: "Gosta da nossa turma?"; "Qual de nós a marcou mais?", "Qual de nós lhe deu mais trabalho?"; "Qual de nós progrediu mais?" "Que memória vai guardar nossa?", "Gosta de mim? (Pedro), "Já algum aluno a tentou subornar?", "Vai pedir para ser nossa professora para o ano, please?", "Já alguma vez deu um 20, esse aluno marcou-a?", " A professora tem boa memória, lembra-se de todos os alunos que já teve?", "Que situação como professora a marcou mais?", "Sempre gostou de matemática?", "Porque gosta tanto de ensinar matemática?", "Sempre quis ser professora?", "O que a irrita mais num aluno?", "O que gosta de fazer nos seus tempos livres?", "Está a pensar ter mais filhos? e nesta, face à minha resposta, uma aluna suspirou e disse "UFA", tive que me rir e com vontade, devo ter mesmo um ar muito frito... Adiante "Qual foi a escola onde mais gostou de estar e porquê?", "Gosta da nossa escola?", "Já foi injusta e/ou arrependeu-se da nota que deu a um aluno?", ... , e a última foi esta "Professora, quer uma OREO?" Um final doce, havia um pacote para partilhar com todos :)
Devo confessar que não foi tão fácil, como imaginaria, responder às suas perguntas mas foi um exercício muito interessante que todos apreciámos, especialmente eles ;) Arriscado, difícil mas a repetir ...
Ideia retirada daqui

Ludopolis

Aldeia das construções


Espaço da loja Ludicenter que a mais pequena apreciou muito




No espaço Centrifuga onde os mais velhos fizeram um pega monstro e um foguetão
(pega monstro)


 (o foguetão)


(as mascotes)

Na cozinha


Aldeia dos jogos tradicionais
 


(os filhos)

(os pais)

Jogos de Sociedade (200 jogos de tabuleiro à escolha)
(É só escolher um, sentar e jogar. Nesta zona havia bem mais adultos a jogar que crianças!)

A pequenada jogou estes dois e classificou-os de "Ganda Fixe!" 
 (regras e  à venda aqui)

Os graúdos não tiveram oportunidade de jogar nenhum, muita gente pequena a necessitar de "orientação", mas ficaram de olho nestes:


Jogo na mesa proporciona, grátis e em vários locais, encontros para dar a conhecer os vários jogos de tabuleiro, organiza também eventos e a venda de jogos de tabuleiro.

 Muita gente nos Jardins da Cidade na 3ª edição do Ludopolis, espaço pequeno para receber tanta gente, pareceu-me! 
Uma boa organização e um conceito muito interessante. Gostámos :) Voltaremos, certamente! 
Uma tarde muito bem passada e em boa companhia com direito a piquenique e coreografias.

terça-feira, 10 de junho de 2014

"Louca, chata e díficil" - Eu e as reuniões

"... aprendemos a desistir. como aprendemos a resistir. não é algo natural. é preciso ensinar. e hoje, cada vez mais se desiste na escola. desistimos de dizer não. não a mais uma reunião inútil. não a mais uma regra estapafúrdia. não a mais uma grelha para preencher. não a mais uma imposição vinda da tutela. não a mais uma ordem dada sem razão aparente e válida. e desistimos sem dar por isso. porque não resistimos. tem de ser. dizemos. é a lógica do sistema. é porque tem que ser assim. desistimos em silêncio. vencidos. e agora que vão começar as reuniões de final de ano lectivo vamos desistir ainda mais. aquela nota dada em justiça que é alterada pelo "conselho de turma". aquele miúdo que "passa" e a quem achamos que mais valia ter sido de outra forma. e calamos. vamos com o que nos dizem que tem de ser. porque é assim. porque é preciso para "o bem deles". deles ou da estatística. ou para nosso descanso porque é menos um papel e menos um nome numa acta. e menos uma justificação. houve um tempo em que não "abdicávamos". agora é uma decisão de todos. todos em que nós deixamos de valer porque abdicamos. porque desistimos. e aos poucos isso vai aparecendo em lugares onde nem imaginamos. na cedência do nosso tempo pessoal. da nossa vontade. da nossa visão. da escola que desejamos. do que somos. aprendemos a desistir porque é assim que tem de ser. mas não tem. custa sempre mais aprender a resistir. porque implica ser o "chato", o "louco", o "difícil". custa sempre mais porque implica a força da convicção. e a teimosia. o pior, de tudo, é que quando aprendemos a desistir ensinamos isso, mesmo sem o querer, aos nossos alunos. porque é um gesto que não se faz e que eles vão vendo. uma frase que não se diz mas eles ouvem. e deixamos de dar a mão. o exemplo. e desistimos, uma vez mais..."
"Aprender a desistir" - texto roubado aqui


Detesto a reuniões de avaliação de final de período e as votações de nota! As votações de notas devem ser feitas apenas em casos de risco/preocupantes, excepções à regra, mas parece que se transformaram na regra e tudo serve de justificação ... porque estamos cansados, porque não nos apetece justificar, porque temos receio dos recursos de nota e de encarregados de educação enfurecidos, porque temos que pensar nas estatísticas, porque somos contra o chumbo, porque sou mãe e sei lá que mais ouço nestas reuniões ... E é votação atrás de votação para subir notas ... voto contra em todas menos em uma, a tal excepção... hoje fui a louca, a chata e a difícil ...não por prazer mas por convicção ... atribuir notas que os alunos, sabem que não merecem, oferecer de mão beijada algo para o qual não trabalharam minimamente, não é educar, é facilitar ...é desistir de educar, é retirar importância à árdua tarefa/mensagem que tentamos transmitir durante todo o ano, é ignorar o que nós próprios defendemos ao longo de um ano letivo, é ceder para nos defendermos de futuros ataques que tememos não ter forças e apoio para combater, é baixar os braços ... é uma vergonha! 
"És intransigente" disseram-me, e sou, sempre que me pedem para ignorar aquilo que defendo, acredito e tento transmitir aos meus alunos. Coerência ...    
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